Assim como muita gente no mundo corporativo, tenho procurado estar conectada com as notícias sobre a luta contra o Covid-19. Também tenho tentado me desligar (um pouco), de vez em quando, para manter meu equilíbrio e sanidade – de verdade, senão começo a ver o mundo de um jeito menos colorido e às vezes até monocromático, numa paleta de vai do cinza ao preto…
Aliás, ver o mundo monocromático nessa época não é tão difícil para quem, como eu, trabalha com agenda sensível às intempéries do mundo organizacional, ao sabor das mudanças e oscilações da Bolsa de Valores… de alguma forma, nos acostumamos com isso – claro, sem Covid-19!!
Não quero aqui, então, num momento em que tanto há para ser lido e visto por meios on line, ocupar o tempo do meu potencial leitor, acrescentar mais do mesmo – e certamente, um mesmo de melhor qualidade do que essas linhas que ofereço, reconheço e confesso. Quero apenas compartilhar alguns dos sentimentos que tenho experimentado em meu isolamento – necessário, inicialmente forçado e agora grandiosamente bem vindo:
a) eu não sou mesmo insubstituível!! (tudo bem, eu já sabia, mas o vírus me confirmou), inclusive em minha própria casa: comecei a perceber que meus filhos, adolescentes, sim, precisam de mim, mas a maior parte do tempo (pasmem!), sabem se virar, têm contato com um mundo muito diferente do meu pelo celular ( e pasmem de novo! muitas vezes, com assuntos muito mais interessantes – aff!);
b) Preciso praticar mais a esperança de um mundo melhor pós-Covid-19 ( todo mundo não fala disso?): tenho lido tanto sobre a oportunidade que essa crise nos traz e claro, pelos mais otimistas (grupo do qual gosto de fazer parte), que após esse turbilhão, o mundo há de ficar melhor, que estou me esforçando pra identificar o que, mesmo EU preciso fazer para para que o mundo por onde piso possa receber minha contribuição prática. Digo: melhorar como gente e junto, como essa profissional que vos escreve! Tenho aqui com meus botoes um monte de ideias e o mais importante – estou tentando colocar em prática. Por exemplo: ajustando pequenos hábitos de cuidado com minha saúde e a de meus próximos, acrescentando ao bom dia que sempre ofereço a quem eventualmente encontro ou com quem mais converso, uma pergunta sincera de preocupação (do tipo: como você e sua família estão passando?), praticando a empatia de verdade (sugeri ao terapeuta de minha filha que fizesse com ela sessões via internet, para que não perca muito do seu rendimento – isso aconteceria pela impossibilidade de fazer atendimentos presenciais), parando para rezar o terço com meus ex?-sogros, que moram comigo (quem me conhece de perto, sabe dessa história…), etc…
Ok, se você leu até agora, deve ter pensado: mas isso é muito pouco e simples… qualquer um faz. Isso mesmo. Esta é a questão. Tão simples que muitas vezes a gente não faz. Bendito Nelson Rodrigues e minha frase favorita: ” O óbvio só é para os deuses”.
E você? Tem feito o quê? De prático. De simples. De coisa de mortal mesmo. De empático. Nesse tempo de isolamento social para melhorar o mundo? Além, claro de trabalhar muito mais do que antes, já que podemos começar a fazer isso agora literalmente de pijama!
Falamos tanto em nossas aulas de deixar legados… a pergunta que me tenho feito é: que legado quem convive e trabalha comigo já pode perceber que criei/ampliei pelos comportamentos visíveis e facilmente perceptíveis que estou demonstrando?
Obrigada por ter lido até aqui.
Um abraço, sigamos juntos, com paz, saúde bem!