Você sabia que 70% das variações de engajamento da equipe são influenciadas pela liderança imediata? O dado da State of Global Workplace 2022 atesta o que vejo nas organizações há quase duas décadas.
Liderar sempre foi desafiador. Lidar com diferentes perfis de pessoas, disparidade de rendimento em uma mesma equipe e, ao mesmo tempo, conduzir a empresa aos objetivos corporativos, torna-se um desafio ainda maior hoje. Isso porque todo esse cenário foi intensificado pelo momento histórico da pandemia.
Mas a crise da covid só acelerou algo que estava acontecendo em um ritmo mais lento: a transformação digital e novos comportamentos do trabalhador.
Com tudo isso, o líder também precisa se adaptar, antigas habilidades não são suficientes. Mas como ter uma liderança equilibrada nesses novos tempos? É o que vou mostrar neste artigo.
Acompanhe!
Novas formas de trabalho
Home office, trabalho híbrido, terceirização com freelancers como parte da mão de obra e uso da tecnologia em qualquer formato de trabalho. Some esses itens à chegada das novas gerações ao mercado. Nativos digitais, eles são ainda mais adeptos a outras formas de trabalhar.
Essas são algumas características que provocam mudança no comportamento dos colaboradores, e, consequentemente, dos líderes. Ficar preso a um modelo de liderança antigo é um risco para a retenção de talentos.
Falta de qualidade dos serviços ou produtos da empresa, desgaste para todos, clima organizacional ruim são outros malefícios que líderes resistentes à transformação encaram.
Como ser um bom líder
Para andar no mesmo compasso da atualidade, é necessário estar atento a alguns pontos:
– Alinhamento às metas sem esquecer das pessoas
Gosto muito da fala de Augusto Júnior, diretor executivo do Instituto Anga, em uma das edições da Revista HSM para traduzir a demanda dos líderes atualmente.
“Olhar para os resultados é parte da função do líder. Mas não pode ser a qualquer custo. O cuidado com as pessoas e a responsabilidade em relação aos impactos de suas decisões na sociedade é a nova tônica que deve nos guiar”.
Não significa que ele será o bonzinho, amigão e sim uma pessoa justa. Dessa forma, uma das soft skills mais importantes é a assertividade, a capacidade de transmitir firmeza e confiança sem agredir o outro.
– Maturidade emocional
Líderes lidam com pessoas com características diferentes, ao mesmo em tempo em que precisam buscar inovação e pensar em meios de atingir as metas corporativas. Por isso, maturidade emocional é essencial.
Entre o planejamento e a realização aparecem diversos problemas. Para isso, habilidades como resiliência, assertividade e equilíbrio não podem ficar de fora da lista de competências a serem desenvolvidas.
Investir em autoconhecimento também é chave para entender quais os pontos fortes e fracos, compreender quais gatilhos despertam reações conflituosas e como lidar com elas.
– Metas, missão, valores e propósito claros e convincentes
Muitas empresas estudam qual a essência delas e traduzem-nas em missão, valores e propósito. Mas a comunicação do que significam é falha em muitos lugares. Apenas inseri-los na parede, site e até apresentações não mostra à equipe como esses elementos devem nortear a conduta de todos no dia a dia.
Por isso, é preciso haver um trabalho maior de divulgação e reforço. É necessário, principalmente, que toda essa essência se transforme em prática.
O mesmo acontece com as metas. É essencial envolver os trabalhadores na realização delas. Mostrar o que são, qual o plano para alcançá-las, o status (se está perto ou longe da concretização do objetivo) e o papel de cada um para as conquistas corporativas é fundamental. A rota pode e deve ser ajustada ao longo do tempo para aumentar as chances de chegar aonde a empresa quer.
– Cumprir o papel político do líder
As lideranças precisam solucionar problemas, conduzir as informações essenciais para o trabalho e metas, obter recursos, além de proteger e negociar em nome de seu time. Ele é representante da equipe, seu papel não se resume a cumprir tarefas que vêm do alto escalão da empresa.
Um verdadeiro líder busca ter influência e ser respeitado em suas interfaces.
Falar e agir com coerência é fundamental para construir um percurso firme – walk the talk na veia!
Pipeline da liderança: bons líderes chegam longe
Desenvolver as habilidades para ser um bom líder é essencial. Esse cargo tem seis oportunidades de crescimento, retratadas no Pipeline de Liderança. Ram Charan, Stephen J.Drotter e Jim Noel desenvolveram esse modelo de seis passagens para entender as exigências de liderança necessárias a uma empresa e preparar profissionais para tornarem-se bons líderes.
Ou seja, pode-se dizer que há seis níveis de liderança, de um para o outro, ocorre uma transição:
- 1 de gerenciar a si mesmo para gerenciar outros;
- 2 de gerenciar os outros para gerenciar gerentes;
- 3 de gerenciar gerentes para gerenciar uma função;
- 4 de gerente operacional a gerente de negócios;
- 5 de gerente de negócios a gerente de grupo;
- 6 de gerente de grupo a administrador de empresa (CEO)
Em cada passagem, na prática uma promoção, novas habilidades são necessárias. Para conseguir evoluir, é preciso demonstrar as competências específicas de cada nível de liderança. Elas também darão base para o desafio posterior.
Liderança equilibrada
E ainda que pareça óbvio, tudo isso precisa estar alinhado ao Pipeline onde o líder está posicionado: entendendo como fazer melhor uso de seu tempo, que habilidades se fazem necessárias para sua melhor resposta no cargo e, principalmente, energia em vista de quais modelos mentais que orientam suas ações e comportamentos.
Agora que você já sabe dos desafios enfrentados pela liderança em tempos ainda de crise, o primeiro passo é entender-se dentro de todo esse contexto para reorientar suas ações, se for o caso.
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