Da corrente do bem…para além do Covid-19…

Recebi há pouco um texto escrito pela minha ex-aluna Márcia Morais. Simples, sincero e, para mim, constrangedor para minha consciência de mãe, profissional e cidadã. A quem interessar possa, espero que gere o mesmo desconforto e reforce a mesma crença: nunca estivemos sós; só precisamos olhar para os lados, é preciso insistir na colaboração, empatia, misericórdia…e no fim de tudo: gratidão!

“O dia que eu não tive um real…

Tenho uma cadelinha que usa muito jornal e um dia por descuido deixamos acabar. Então fui pegar um trocadinho, umas moedinhas para comprar uns dois jornais, procura daqui, procura dali e percebi que eu não tinha um real. 

Coloquei mais energia na minha busca e passei a fuçar os bolsos, as caixinhas, as latinhas e nada. 

Normalmente eu não tenho dinheiro na bolsa, acredito que fazer pagamentos com o cartão de débito seja melhor para controlar os gastos (e o dinheiro!!). Mantenho apenas o mínimo para comprar pão ou alguma coisa que seja inviável pagar com cartão mas neste dia eu não tinha nem esse mínimo.

Encerrei as buscas e comecei a refletir sobre o que é realmente não ter um real. Vocês já imaginaram o que é procurar a casa inteira moedinhas para comprar pão para o seu filho que está com fome? Ou procurar aquele dinheirinho que falta para completar uma passagem de ônibus? Porque, minha gente, se ninguém passa na roleta faltando dez centavos imagina um real.

E depois de toda uma busca, um revira caixa digno de um detetive, você simplesmente não encontra. O que fazer com a criança que quer um lanche? E vai sair como se não tem o valor da passagem?

Tenho visto muitas ações de solidariedade e empatia durante esta pandemia e fico com o coração aquecido, cheio de esperança porque muita gente ainda consegue ver a dor do outro. Penso que sempre dá para dividir, ainda que tenhamos pouco. 

Entretanto, também vejo pessoas fazendo do limão…coisa nenhuma, se portando como a única vítima dos últimos acontecimentos e apenas se lamentando, vivendo seu drama pessoal.

Mais do que nunca vivemos um tempo que demanda toda nossa empatia e solidariedade, pense em algo que você possa fazer e faça! Ainda que considere pouco, apenas faça. Imagine que neste momento, há alguém que esteja rezando para sua ajuda chegar.

Eu não comprei o jornal, consegui com um comerciante perto de casa e ele disse que vai guardar os velhos para mim, fiquei feliz!

Sejamos sempre gratos…”

Márcia Morais

Obrigada, Márcia! Você também aqueceu meu coração!

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